sábado, 23 de março de 2013

Sobre "My Head Is an Animal" (Of Monsters and Men, 2011)

 Formado em 2010 na Islândia, o conjunto de Indie Folk Of Monsters and Men vem ganhando reconhecimento dentro do mercado musical internacional.
Capa de My Head Is an Animal (2011)
 Comparada com outras bandas do mesmo gênero, como Edward Sharpe and the Magnetic Zeros e The Lumineers, o conjunto consegue assimilar características da música popular islandesa com o pop, criando um estilo marcado pelos sons de metais, do acordeon, do violão e dos contagiantes "La lá la lá" e "Hey! Hey!" - o que se escuta, principalmente, em Lakehouse (YouTube).
 Os instrumentos que são utilizados, em conjunto com a voz doce de Nanna (vocalista da banda), criam uma musicalidade contagiante. Os temas abordados também conseguem levar o interlocutor para lugares fantásticos a partir de uma viagem totalmente inesperada em My Head Is an Animal.

 Já na primeira faixa do disco se percebe essa preferência por lugares fantásticos. "Dirty Paws" narra uma guerra entre criaturas da floresta e máquinas assassinas. Essa aventura é protagonizada por um personagem com as "patas sujas" e um "casaco viloso" (provavelmente uma raposa) - "Her dirty paws and furry coat. She ran down the forest slope"
A história lembra as narrativas épicas de Tolkien - há a presença de "talking trees" - e o Romantismo dos contos de fadas dos Irmãos Grimm.

               

 "Little Talks", sexta faixa do álbum, pode ser considerado sua peça central. Foi o primeiro single da banda, sendo, assim, a primeira música deles a ganhar um videoclipe. No entanto, a música que toca no videoclipe da Vevo foi editada e as partes de solo de trompete (ou saxofone, não sou bom para distinguir esses instrumentos) foram cortadas! - O que, na minha opinião, fez falta. 
 Aqui vai o link para a música completa: (YouTube)
 A música provavelmente fala sobre um casal em que o homem está morto e aparece como um fantasma que tenta se comunicar com sua mulher, porém ela não consegue ouvi-lo. Há um diálogo entre essas duas personagens (interpretado, no vocal, por Nanna e Ragnar). O homem aparece como uma espécie de anjo protetor da figura feminina.

 " (Ela): I don't like walking around this old and empty house
  (Ele): So hold my hand, I'll walk with you, my dear
  (Ela): Some days I can't even dress myself
  (Ele): It's killing me to see you this way
  (Ela): The stairs creak as I sleep, it's keeping me awake
  (Ele): It's the house telling you to close your eyes"
  (...)
  So listen to a word I say (Hey!)  
  The screams all sound the same (Hey!)
  Though the truth may vary
  This ship will carry
  Our bodies safe to shore"

 A casa vazia (empty house) é uma referência que representa a ausência do homem. Perceba como ele responde todas as falas da personagem feminina, no entanto ela não consegue ouvi-lo, já que ele está morto. 
 No final ela percebe que ficar se lamentando a perda não mudaria o rumo dos acontecimentos. Agora ela deve continuar vivendo sem ele, afinal, eles se encontrariam novamente algum dia

 "You've gone gone gone away
   I watched you dissapear. 
  All thats left is a ghost of you
  Now we're torn torn torn apart, 
  Theres nothing we can do.
  Just let me go, and [we'll] meet again soon"

  
 De maneira geral, o álbum é carregado dessas histórias fantásticas com personagens fictícios e lugares exóticos. Os videoclipes de "Little Talks" (acima) e "King And Lionheart" (YouTube) mostram bem essas características.
 Outras faixas que também chamaram minha atenção foram "From Finner" (YouTube), uma espécie de canção de piratas islandeses que usa o oceano como pano de fundo com o mar salgado, as gaivotas, as ondas e a saudade de estar em casa. Em "Your Bones" também há a preferência por espaços e acontecimentos exóticos quando narra a vida de uma tribo de índios nômades no começo da primavera.

 Of Monsters and Men é mais um conjunto de rock independente que vem ganhando reconhecimento e que cresceu com a ajuda, principalmente, da Internet e da profusão de possibilidades que ela oferece. "My Head Is an Animal" é um dos meu álbuns favoritos - tanto pela temática abordada quanto pela bela parte instrumental.

 Comentários, sugestões, pedidos e críticas são bem vindos!

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5 comentários:

  1. Eles são incríveis, simplesmente fantástico, tanto as letras como o instrumental.

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  2. Gostei muito do texto, deveriam continuar o blog ^^

    @ecoturis_

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  3. É folk islandês. Não é rock. Mas a matéria é muito boa.

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